Caixinha de surpresas

Por que às vezes é tão difícil organizar idéias que já foram pensadas, revistas, exploradas à exaustão e ainda assim, por conta da pressão, ter dificuldades pára expô-las? É exatamente essa sensação que estou sentindo agora.
Amanhã é o dia marcado para que eu apresente conceitos que já defendi com unhas e dentes, e que conheço com certa profundidade, mas que, por conta da pressão que toda essa situação envolve, me vejo impedida de levar a cabo o que me propus.
Na grande maioria das vezes a pressão, ou seja, o fim do prazo para a realização de uma tarefa, é como um grande impulso pras minhas idéias, como uma força motriz. Hoje, as coisas não estão funcionando assim.
É impressionante como somos capazes de nos surpreender conosco mesmos, como somos vulneráveis às circunstâncias adversas. Isso no meu caso está causando grande desconforto. Como seria bom não sermos pegos de surpresa por nós mesmos, não sermos assaltados pelas nossas próprias reações.  Amanhã vou estar diante de pessoas não totalmente desconhecidas, mas de certa maneira incapazes de avaliar de forma plena quem eu sou e a que venho, pois isso vai depender exclusivamente de como vou vender meu peixe.
Seria tão mais fácil se ao longo da vida não precisássemos de tanta formalidade para expor nossas opiniões ou defender projetos, mas por outro lado, consigo enxergar o lado bom de tudo isso. Toda essa situação traz uma gama de implicações: gera responsabilidade, compromisso, honestidade e revela o caráter. É isso mesmo. Não fosse essa necessidade de submissão a ordens e regras jamais seríamos capazes de chegar aonde conseguimos chegar, ultrapassar nossos limites. Pensando assim, até consigo aliviar minha apreensão por saber que serei esgotada em meu potencial criativo, terei a oportunidade de vislumbrar o quanto ainda posso melhorar minhas incumbências.
Bom, tudo isso porque vou ter a oportunidade de revelar minhas descobertas diante de três mestres, cada qual de posse delas em mãos. Cada um com considerações a fazer e com a total liberdade de desbancar tudo o que construí. Parece assustador, uma maneira de ser colocada em situação altamente constrangedora e subserviente. De qualquer forma não há outra saída senão me submeter. É que na verdade esperava estar melhor preparada para o momento. A sensação que tenho é a de que isso nunca será possível.
Talvez me cobre demais, talvez esteja lutando contra a necessidade de reconhecer que a condição humana tem limites. Infelizmente também sofro desse mal, só peço a Deus para não sucumbir a ele.
O bom é enxergar onde toda essa conversa está me levando. Nada como refletir sobre as nossas imperfeições e saber que apesar delas ainda podemos servir. É isso que desejo, nada mais fiz do que senão explorar um assunto que a meu ver deixaria sua contribuição (mais tarde falarei sobre ele).
Espero fazer minhas essas palavras: "Eis que em Cristo, meu Deus deu a mim (...) por mera e gratuita misericórdia, todas as riquezas da justiça e da salvação, de sorte que, além disso, não necessito absolutamente de mais nada a não ser da fé que crê que as coisas são de fato assim. (...) Assim me porei à disposição de meu próximo como um Cristo, do mesmo modo como Cristo se ofereceu a mim, nada me proponho a fazer nesta vida a não ser o que vejo ser necessário, vantajoso e salutar ao meu próximo". (Martinho Lutero)
Que tudo isso seja uma grande motivação, uma busca por oferecer o melhor, ainda que o preço seja mais alto do que espero. Meia noite ainda é dia...

Comentários

Anônimo disse…
Amigaaaaa, vou orar por vc! Tenho certeza de que vc vai arrasar lá!!
Amo vc!
Bjim
Anônimo disse…
Amigaaaaa, vou orar por vc! Tenho certeza de que vc vai arrasar lá!!
Amo vc!
Bjim

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